O
mês da Bíblia, (setembro) já passou da metade. Neste período, estamos
trabalhando com um foco bem especial: os círculos bíblicos, o exercício da Lectio Divina (Leitura Orante da
Bíblia), dentre outros aspectos que cercam o estudo da Palavra de Deus nas
comunidades eclesiais, nos lares, nas casas religiosas... Porém, esta ocasião,
no tempo litúrgico, está chegando ao fim. Ao findar-se um período, inaugura-se
outro. Assim como em maio a Igreja se volta para a memória de Maria, junho para
os santos juninos (Antônio, João e Pedro), agosto para as vocações e setembro
para as Sagradas Escrituras, outubro também é um mês voltado para uma meditação
específica: MISSÃO.
O mês missionário corresponde, liturgicamente, a outubro.
Desde 1926, com a instituição do Dia Mundial das Missões pelo Papa Pio XI e
celebrado, pela primeira vez, em 1927, o evento missão é um período de
renovação missionária em nossas vidas. Todos nós temos um gérmen missionário. Seja
no trabalho, estudos ou em outras atividades que desempenhamos na sociedade,
todos somos convidados a responder a uma missão. Nós, cristãos católicos, como
batizados, temos como vocação elementar a evangelização. Sendo assim, não
podemos desconsiderar o que Jesus falou para os Apóstolos: “Ide por todo o
mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15).
A expressão usada acima “não podemos desconsiderar”, tem
como significado, para nós, que a humanidade não pode tirar o “corpo fora”.
Como assim? Ah, se Jesus direcionou aquelas palavras aos seus Apóstolos (Mc
16,15), significa que estou isento desta missão. Devo, apenas, receber os
benefícios daqueles santos homens que deram a vida em favor da missão que
Cristo destinou a eles. Mas, se prestarmos atenção, e pensarmos em uma espécie
de “árvore genealógica da fé”, quantos homens e mulheres abraçaram esta
recomendação de Jesus, ao longo de séculos e séculos, fazendo com que esta fé
chegasse até nós? Seria uma mediocridade
interpretarmos as Sagradas Escrituras limitando o seu conteúdo, apenas, ao
período em ela foi escrita. Logo, não devemos ficar parados, como as
testemunhas da Ascensão do Senhor: “Homens da Galileia, por que estais aí a
olhar para o céu?” (At 1,11).
Teresa de Lisieux: padroeira das missões |
E agora você pode estar se perguntando? Qual a minha missão?
Que devo fazer para propagar a Palavra de Deus a todo aquele que está com sede
desta Água Viva? Bem, tentarei responder a esta questão utilizando o exemplo da
santa padroeira das missões: Santa Teresinha do Menino Jesus.
Desde pequena, a jovem francesa, nascida no ano de 1873,
em Alençon, descobriu que a sua vocação na Igreja seria o amor. Para isso,
decidiu consagrar-se totalmente a Deus. Porém, um detalhe a impedia de dar este
grande passo em sua vida: a pouca idade. Como aceitar uma menina tão nova em
uma congregação religiosa? Então, após uma longa batalha e com a autorização do
sumo pontífice, na época o Papa Leão XIII, aos 15 anos, Santa Terezinha
consegue ingressar no Carmelo e tomou o nome de Teresa do Menino Jesus. Após a
profissão religiosa, adotou o nome de Teresa do Menino Jesus e da Santa Face. Depois
da sua morte, também ficou conhecida como Teresa de Lisieux. Muitos são os
nomes e títulos que se referem à Santa Teresinha, mas o seu chamado a realizar
coisas tão simples, assumindo a sua pequenez e mostrando a todos o seu amor a
Deus, foi a mais bela das heranças que ela deixou para nós.
Este belo testemunho de vida foi interrompido por uma
tuberculose, no dia 30 de outubro de 1897, com apenas 24 anos, nove deles, nos
quais, viveu no Carmelo, servindo totalmente ao Deus Amor. Porém, esta jovem
santa, proclamada padroeira das missões em 14 de dezembro de 1927, pelo Papa
Pio XI (o mesmo que instituiu o Dia Mundial das Missões), juntamente com São
Francisco Xavier, nunca realizou uma missão continental, diferente de São
Francisco, um espanhol que se destacou pela propagação da Palavra de Deus na
Ásia. Por que, então, nomeá-la padroeira das missões? A resposta a este
questionamento pode ser visto pela própria experiência de vida da jovem francesa:
ela sempre quis evangelizar em terras distantes (não por um tempo determinado,
mas por toda a vida). Mas a sua saúde frágil a impediu de realizar tal feito.
Não obstante, o aspecto missionário não é sinônimo de ir para territórios
distantes da sua pátria. E foi isso que Santa Teresinha demonstrou. Ela
conseguiu ampliar o conceito missionário, fazendo com que compreendêssemos que,
através da oração, alicerce do vigor da missão, nós nos tornaríamos
missionários. Teresa mostrou, através desta simples e nobre ação, o belo sinal
de conduzir inúmeras pessoas sedentas de Deus ao Pai, mostrando que elas são
tão amadas e queridas por Ele, que fez tudo para nós e nos quer bem. Fazer com
que Deus fosse amado por todos os homens e mulheres foi a missão da santa, mostrando
que a contemplação é, também, um aspecto missionário.
Dom Lucas Neves: grande devoto de Santa Teresinha |
Por fim, é importante ressaltarmos uma pequena, e
significativa ligação, que a jovem santa tem com a Bahia. No ano do centenário
da morte de Santa Teresinha, em 1997, o Papa João Paulo II a proclamou como
Doutora da Igreja. Uma das pessoas que lutaram por este título foi o então
Cardeal e arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, dom Lucas Moreira Neves,
grande devoto da santa de Lisieux. Fora o título que ela recebeu, o purpurado
conseguiu trazer as relíquias de Teresa ao Brasil, passando por várias dioceses
do nosso país. Além disso, dom Lucas criou o Seminário Propedêutico Santa
Teresa de Lisieux, a primeira etapa que os jovens seminaristas de Salvador passam
ao ingressar na casa religiosa. Até hoje, os propedeutas se inspiram e pedem a
intercessão da jovem santa, para que eles consigam responder, com muito amor,
assim como Teresinha, o chamado que Deus fez a eles.
Que Deus eterno e Todo poderoso, por intercessão de Santa
Teresinha, nos abençoe e nos fortaleça sempre na MISSÃO que foi destinada para
nós. Santa Teresinha: rogai por nós!
Fonte: Santuário
Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face. Disponível em:<http://www.santuariosantaterezinha.com.br/santuario/index.php?option=com_content&view=article&id=29&Itemid=60.
Acesso em: 16 set. 2012
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